quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Valorizando nossos acertos

Chegamos juntos mais uma vez a um fim de ano. Quando comecei a escrever nesse espaço, em junho de 2009, jamais imaginei que ele se tornaria um cantinho tão especial para mim. Toda semana me pego pensando em que mensagem quero passar aos meus leitores, sem me transformar em dona da verdade. E cada retorno que recebo é um carinho que sempre fazer meu dia ser melhor.
Este ano acaba para mim como “o ano de realizar sonhos”. Viajei para onde sempre sonhei, assisti aos shows que queria, conheci novos amigos, de alguns me afastei, perdi uma grande amiga, ganhei mais experiência. Na soma de tudo, posso dizer que foi um ano extremamente especial. Mais que isso: foi um dos melhores anos da minha vida.
Quando chega essa época sempre começamos a fazer um balanço daquilo que aconteceu ao longo dos últimos 12 meses. Percebo uma atitude comum à maioria das pessoas: nessa avaliação, sempre ficamos nos questionando e buscando respostas ao por que erramos em determinada situação. Remoemos os erros, sempre com a justificativa de que “não podemos esquecê-los para não repeti-los”. E valorizamos demais aquilo que não podemos mais mudar.
Temos sim de avaliar nossos erros para não repeti-los. O problema é que acabamos nos esquecendo de lembrar os nossos acertos e valorizá-los. Esquecemos que eles fazem parte também da nossa vida cotidiana e, quanto mais acertamos, menores são as chances de errarmos novamente. Ficamos tão preocupados em não repetir erros que não nos lembramos de repetir os acertos. Nossas experiências de sucesso acabam não valendo tanto quanto nossas memórias de fracasso, que ficam ali, pairando, como que para nos atormentar com aquilo que podíamos ter feito da melhor maneira – e deixamos de fazer.
Usando o velho clichê, “errar é humano”. Quando erramos, temos duas opções: tentar consertar o erro ou se desculpar por ele; ou lamentar o que houve e seguir em frente, sem ficar revivendo em todo momento o que houve. “Se eu tivesse”, “se eu pudesse”, “se eu não fosse” são frases comuns quando pensamos nas burradas que fazemos. O único problema é que esse condicional não existe, simplesmente porque já está no passado, e não temos como retornar a ele.
Por isso, em 2011, que todos nos possamos acertar mais do que errar. Quando errarmos, que possamos aceitar nossas falhas sem nos martirizarmos. Quando acertarmos, que saibamos valorizar nosso sucesso na medida certa, sem nos julgarmos perfeitos. Que nossos erros passados fiquem em 2010, e que nossos acertos cheguem a 2011 como parte de nossa experiência, para que nos tornemos pessoas melhores. Podemos não fazer a diferença todos os dias, mas deixo aqui uma reflexão: se cada um de nós puder deitar a cabeça todo dia no travesseiro e pensar que não prejudicou ninguém, já será um grande avanço para toda a humanidade. Feliz Ano Novo!

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