quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Milhões de sonhos para 2010

E 2009 se acabou. Ao escrever este artigo, estou vivendo as últimas horas do ano e na expectativa de que 2010 seja melhor que os meses que se passaram. Não que eu tenha motivos em excesso para reclamar, até muito pelo contrário, tenho mais a agradecer e comemorar, mas sempre esperamos que um novo ano nos traga mais ânimo e esperança para realizarmos planos deixados para trás.
E, claro, estou na expectativa do sorteio da Mega Sena da Virada. Assim como eu, milhões de brasileiros com certeza vão acompanhar com ansiedade o sorteio daquele que está sendo considerado o maior prêmio da história. Difícil até imaginar o que fazer com tanto dinheiro. Para se ter uma ideia, com os R$ 140 milhões, um ganhador pode ter uma renda mensal de R$ 700 mil mensais aplicando na caderneta de poupança ou comprar 5,6 mil carros populares.
O sonho de melhorar de vida com a Mega Sena se junta à esperança de algo melhor nesse ano que acaba de se iniciar. São também milhões de sonhos, desde os mais absurdos até os mais simples, como casar, ter filhos, conseguir um emprego, comprar um carro melhor.
E junto com nossos desejos vêm nossas promessas. Parar de fumar, emagrecer, mudar de emprego, arrumar um namorado, casar, retomar alguma amizade perdida, ser mais solidário, fazer voluntariado, não brigar mais com ninguém, ter mais bom humor... São mil promessas que fazemos na esperança de que vamos cumpri-las. O começo do ano é mestre em tirar da gente os melhores instintos.
Os sonhos da Mega Sena podem ser conseguidos com sorte. Afinal, são milhões apostando e acreditando que vão ganhar. Mas, para cumprir nossas promessas, o mais importante é ter força de vontade. Ou melhor, muita força de vontade, dependendo do que foi prometido. E essa força de vontade surge no dia-a-dia, quando nossos obstáculos surgem e vamos desviando ou destruindo-os com a força que caracteriza os vencedores.
Também já fiz mil promessas e mil vezes desisti no meio do caminho. Porém, uma coisa eu me proponho a cada fim de ano: ser uma pessoa melhor. Não falo em ser perfeita, falo em tentar, a cada dia que passa, ser melhor para as pessoas que convivem comigo e para o mundo em que eu vivo. Posso dizer que é um exercício bastante difícil, até porque tenho mil defeitos, mas vale muito a pena. E gostaria que mais pessoas tentassem agir assim: melhorar sempre, a cada ano que passa.
Que 2010 seja um ano em que todos reflitam e, antes de prometerem perder mil quilos ou parar de fumar, prometam ser pessoas melhores para que o mundo também seja melhor. Que venha um novo cheio de amor nos corações de todos!
Ah! Talvez, quando lerem essas linhas... eu seja uma nova milionária da Mega Sena!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Uma bela história de amor

Era para ter postado ontem... mas tá valendo!

Hoje é Natal e nada melhor que esse dia para falar sobre o amor, esse sentimento tão belo que parece atingir seu ápice nesta data, quando as famílias do mundo todo se reúnem para celebrar o nascimento de Cristo, trocar presentes e rever entes queridos. Não pretendo aqui falar do amor de Jesus, mas sim de um amor terreno e muito bonito entre duas pessoas que esperou 17 anos para ser unido. Uma bela história de amor, que tive a honra de acompanhar e ver, no sábado passado, a sua concretização em uma linda cerimônia de casamento.
Luciana e André se conheceram quando ela tinha 13 e ele 17 anos. Desde o primeiro momento em que se viram, ambos começaram a se amar. Porém, naquela época, achavam que o que os unia era uma bela amizade, solidificada principalmente pela religião, já que ambos são católicos praticantes. E, o que poderia ser um grande amor, foi deixado de lado.
Foram precisos 17 anos para que eles vissem que se amavam. Durante esse período, Luciana casou, se separou, divorciou, e entrou com um pedido na Igreja Católica para que seu casamento fosse anulado. André abraçou a vida religiosa, virou padre, celebrava missas e tudo indicava que jamais sairia desse caminho.
Eu acredito que o amor vence tudo. Ele vence doenças, vence tristezas, vence até mesmo a morte, pois quando somos amados, mesmo com a partida da pessoa querida, conseguimos superar essa perda ao lembrarmos o amor existente entre nós. E, nesse caso, o amor venceu muitos obstáculos. O principal deles foi, é claro, a renúncia de André à vida religiosa. E, para quem não o conhece, que fique claro: ele abandonou a batina, e não sua fé em Deus. Muito pelo contrário: essa fé se mantém cada vez mais forte, para ambos, por concretizarem seu amor.
O casamento dos dois foi a cerimônia mais bonita que já vi em minha vida. O que seria apenas um evento civil teve a bênção de três padres que, sem paramentos e nem desrespeito à Igreja, apenas falaram belas palavras sobre a importância do amor que uniu aquele casal. Mesmo sem o ritual católico, acredito que todos os presentes sentiram-se abençoados com as palavras ditas pelos três religiosos e com a energia amorosa que emanava do casal.
Sábado passado eu mais uma vez tive o privilégio de vivenciar o verdadeiro amor. Aquele que vence barreiras e une as pessoas. Aquele que Jesus pregou quando esteve entre nós, e que muitas vezes esquecemos de colocar em nossos corações. E que hoje, quando mais uma vez comemoramos o seu nascimento, esse amor realmente surja em nossos corações com toda força. Porque esse amor é que traz a felicidade, e todos merecemos ser felizes. Feliz Natal a todos!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Espírito de gastar

Chegamos mais uma vez ao fim do ano e todo mundo já começa a falar no famoso “espírito natalino”, em confraternização, amor, paz, companheirismo, perdão... Em todos os sentimentos bonitos que deveria haver em nossos corações durante o ano todo, mas que parecem ficar submersos em algumas pessoas e surgir com toda força apenas nessa época.
Observando o centro e o shopping essa semana, vi a multidão de gente dentro das lojas comprando presentes para a família toda, amigos, conhecidos, a manicure, a empregada, e quem mais for merecedor de um agrado especial. Cheguei a uma conclusão engraçada: na verdade, o que toma conta da gente nessa época do ano é o espírito de gastar. Seja com a gente mesmo, seja com o outro, parece que esperamos as festas de fim de ano chegar para justificarmos nosso desejo de consumir sem freios.
Claro que o reforço do décimo terceiro ajuda (e muito) para que esse espírito aflore com bastante força. Ao invés de guardar o dinheiro extra ou quitar dívidas, a maioria prefere investir em presentes para todo mundo. E não importa se o presente é caro ou apenas uma lembrancinha, o que vale é o prazer de ver a pessoa agradada com um largo sorriso no rosto quando abre o pacote.
Como consumista assumida que sou, digo que gastar realmente dá prazer. Esta semana fui comprar os presentes dos meus pais e jurei a mim mesma que só gastaria com eles, e mais ninguém. Em menos de duas horas no shopping, acabei comprando os deles e mais dois pares de sapatos (meu vício), com a justificativa de que “trabalho muito e mereço um agrado”.
Escolher os presentes também dá muito prazer. Ficar pensando naquilo que vai surpreender, tentar sair do lugar comum, imaginar o que pode agradar a pessoa presenteada e ficar na expectativa até a entrega do mimo traz uma sensação gostosa. Afinal, quem não fica feliz ao perceber que uma pequena lembrança traz alegria a uma pessoa querida?
Mas é uma pena que somente nesta época o espírito de presentear aflore com toda força. Sempre esperamos uma ocasião especial para dar agradar aqueles a quem amamos. E esses, por sua vez, também esperam apenas receber presentes em datas especiais, como o Natal ou aniversário.
Talvez devêssemos deixar que o “espírito de gastar” tomasse conta de nós mais vezes durante o ano. Não estou sugerindo a todo mundo que se endivide, mas que não deixe passar a chance de mostrar o quanto gostamos de alguém quando podemos. E não estou falando apenas de gastar dinheiro, mas sim de esbanjar amor, paz, companheirismo, perdão, em todos os meses do ano. Não precisamos esperar o Natal para sermos generosos. A receptividade a esse tipo de sentimento está em alta todos os dias.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dois pesos, duas medidas

Se tem algo que me deixa profundamente irritada são as pessoas “dois pesos, duas medidas”. Estou falando daqueles que mudam de opinião conforme a situação, ou de acordo com a pessoa de quem se está falando. Eles preferem sempre estar em cima do muro ou, pior, mudam de conceitos quando podem ver uma vantagem em cima disso.
Uma vez estava num bar com umas amigas e uma delas estava saindo com um cara que namorava. Até aí, problema dela, e não meu. De repente entra uma garota que estava saindo com o namorado de uma amiga nossa. Todo mundo começou a criticar essa outra menina: que ela era uma vagabunda, uma “piranha”, que onde já se viu, e por aí afora. Nesse ponto eu falei: “Desculpem, mas a nossa amiga aqui também sai com um cara que namora. Qual a diferença entre elas duas?”. Óbvio que se criou um mal estar, mas uma delas prontamente respondeu: “Mas é outra situação. O namoro desse cara está péssimo, e o da nossa amiga está bem.” Se estava bem mesmo, acredito que ele não sairia com outra pessoa. Vi então que nem adiantava discutir: enquanto a “amante” era nossa amiga, havia justificativa; quando a traída era nossa amiga, a “outra” era vagabunda.
E vejo diariamente comportamentos assim. Quando eu atraso, é desconsideração; quando o atraso é do outro, qual o problema? Quando eu erro, é falta de vontade de fazer bem feito, quando o outro erra, é porque todo mundo é passível de erros. Quando digo “eu” quero dizer qualquer pessoa que passe pelas mesmas situações e se sinta incomodado com isso.
A frase que mais ouço nesses casos de “dois pesos e duas medidas” é a seguinte: “você tem de entender o outro”. Concordo, mas por que sempre a gente que tem de entender o outro? Por que o outro não tem de nos entender? Porque o erro dos outros é sempre menor do que o nosso?
Sou considerada radical por muitos amigos porque meu posicionamento sempre é o mesmo em relação a muitos assuntos. Se acho algo errado, acho errado para mim, meus pais, minha família, meus amigos, meus colegas de trabalho. Não costumo achar um comportamento errado de acordo com quem está cometendo o erro.
Mas sempre fico espantada em ver que ter princípios e segui-los é considerado radicalismo. Manter as opiniões, independente do que ou quem esteja sendo julgado, é ser oito ou oitenta. Prefiro ser chamada de radical a mudar meus pensamentos a cada dia. Para muitos, trocar de posicionamento conforme interesses pessoais é ser “ponderado”. Para mim, nesse caso, ser ponderado é não ter opinião própria e ser fraco. E fraqueza não combina com caráter.