quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quer mentir? Faça bem feito!

O ditado “mentira tem perna curta” cai como uma luva para mim. Não que eu seja a mentirosa nata e acabe sempre sendo pega no flagra. Mas geralmente acabo descobrindo quando as pessoas mentem para mim. E nem preciso fazer esforço para isso: a verdade chega de repente, me abrindo os olhos para coisas que às vezes eu nem imaginava.
Uma das coisas que mais abomino é a mentira. E sei que todo mundo mente. Muitas vezes acabamos contando alguma mentira leve para evitar um problema maior. Algumas pessoas chamam isso de “mentira branca”. É aquela que contamos quando sabemos que não vai prejudicar ninguém e até mesmo evitar a mágoa de uma pessoa querida.
Porém, o inaceitável para mim é a mentira sem necessidade, ou a que prejudica o outro. E o mentiroso nato faz isso sem o menor remorso. Pior ainda, quando é descoberto, continua mantendo a farsa e se acha no direito de se sentir ofendido quando confrontado com a verdade.
Conheço muita gente assim. Conta mentiras de tudo que é tipo: seja para se fazer de vítima, ou para dizer que é esperto, ou para ser o bom em tudo. Nunca mede as consequências das lorotas que espalha, sem se preocupar se aquilo pode se tornar algo maior ou vai magoar alguém.
Este ano tive uma decepção com um amigo que, a despeito de eu considerá-lo um irmão, mentiu descaradamente para mim e, quando o confrontei com a verdade, manteve tudo que havia dito, ajudado por outra mentirosa nata. E continuou com esse posicionamento, preferindo perder a minha amizade (que nem devia ser importante, hoje avalio) a admitir que havia feito uma besteira gigante ao tentar me fazer de idiota.
Porque esse é o maior problema da pessoa mentirosa: ela subestima a inteligência de todos em sua volta, considerando-se mais esperta, e nem percebe que, ao longo do caminho, vai entrando em contradição e deixando que as peças da mentira, que estavam tão bem encaixadas (em sua imaginação) acabam se soltando e não se fixando mais.
Depois que uma verdade vem à tona e a confiança quebra, não adianta tentar remendar. É como uma peça de porcelana que a gente tenta colar quando ela se parte: por mais bonita que ainda fique, é possível perceber a linha onde foi feito o conserto. E essa linha fica sempre ali, para mostrar que o objeto não é mais original. Assim fica qualquer relacionamento quando uma mentira é descoberta: pode até se manter, mas aquela sensação incômoda de desconfiança dificilmente vai embora, principalmente quando o outro não admite seu erro. Por isso, sempre digo: quer mentir? Então faça bem feito, ou arrisque a perder um dos bens mais preciosos que possuímos: nossa honra.

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