domingo, 29 de janeiro de 2012

Irresponsabilidade punida

Por morar em Piracicaba e trabalhar em Americana pego a Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304) todos os dias e vejo cotidianamente motoristas irresponsáveis colocarem em risco a vida de pessoas com ultrapassagens perigosas a velocidades bem acima dos 100km/hora permitidos na pista. Um fato que tenho observado é que muitos desses motoristas são funcionários de empresas que, a despeito de estarem em horário de trabalho e com veículos que não são de sua propriedade, se aproveitam de uma suposta impunidade para fazerem todo tipo de loucura no trânsito, na certeza de que jamais serão denunciados.
No último dia 18 testemunhei uma dessas loucuras. Dois carros de uma empresa terceirizada da Telefônica estavam na rodovia correndo como loucos, praticamente fazendo uma “racha” em uma pista que estava bastante movimentada, por volta das 19h. Um deles passou por mim pela direita e por pouco não me fez parar no canteiro central. Como eu estava a 120km/hora, calculo que ele devia estar a uns 140 km/hora.
Ao invés de ficar xingando, liguei para a Polícia Rodoviária de Piracicaba e descrevi os dois carros. Quando passei pela Polícia ambos estavam sendo autuados. Parei e peguei a placa dos dois para reclamar à terceirizada. Achei que conseguiria o contato da empresa facilmente com a assessoria de imprensa da Telefônica, mas me enganei. Para meu espanto, a jornalista que me atendeu disse que a Telefônica não informava o contato de suas terceirizadas. Questionei a colega sobre essa proibição, e pude perceber que ela estava muito mais preocupada em saber se eu ia escrever mal da Telefônica em algum lugar, do que em me ajudar a simplesmente fazer uma reclamação na empresa sobre os funcionários.
Resumindo: por sorte, uma amiga do Face tem um irmão que trabalha nessa terceirizada, que entrou em contato comigo, e os dois funcionários receberam uma advertência e receberão orientações do técnico de segurança do trabalho sobre esse tipo de comportamento na estrada. Por isso, posso elogiar a TEL por ter se posicionado sobre o assunto e me dado essa satisfação, e lamentar a omissão da assessoria de imprensa da Telefônica. Se dependesse deles, eu até agora não teria conseguido entrar em contato com a empresa para falar sobre esses funcionários. De que adianta gastar milhões em propaganda se, quando um problema desses ocorre a Telefônica, ao invés de tentar ajudar o reclamante, fica blindando as terceirizadas? Depois não pode reclamar quando as pessoas não entendem que os carros são terceirizados e quando as pessoas falam que os motoristas da Telefônica correm como loucos nas estradas, coisa que já vi muito acontecer na SP-304.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Comportamentos lamentáveis

Impossível ficar imune ao que houve no BBB no final de semana. Sobre o comportamento do Daniel, o que posso dizer que foi lamentável e vergonhoso, mas não posso mais dizer que foi criminoso, porque sua suposta vítima declarou à Polícia que tudo que houve foi consensual.
Para mim, muito mais vergonhoso agora foi o comportamento de Monique. Se foi abusada e se recusa a admitir o fato, pode ter várias razões para isso. Porém, ao se recusar a fazer o exame de corpo delito, Monique deu um tapa na cara das mulheres. Quando se recusou a saber se foi realmente violentada, ela disse a todas às mulheres que bebem além da conta que podem ser estupradas e depois têm de ficar quietas. Se Monique deixou de realizar o exame por ter certeza de que não houve penetração – e acredito nisso, porque é basicamente impossível uma mulher não saber disso, principalmente se aconteceu sem sua vontade – então Daniel foi injustamente acusado de um crime grave. E, se Monique deixou o assunto acabar simplesmente porque está ganhando algo com isso (o que não é de se duvidar, em se tratando de TV Globo), ela se comporta como uma prostituta. Teve seu corpo violentado e ela mesma violenta seu caráter, em nome do “sucesso” e de ficar em uma casa onde, supostamente, foi atacada sem que ninguém fizesse nada para defendê-la.
No final de tudo isso, mantenho a conclusão que havia chegado antes: jogada pura para subir o Ibope, e que deu certo. Para quem não sabe, no dia da expulsão de Daniel, a audiência da casa subiu 80%. Todo mundo saiu ganhando – Monique, a suposta vítima, que agora vai ter o dobro de atenção dentro da casa, e a Globo, que conseguiu turbinar sua audiência. Até Daniel saiu ganhando – porque agora ficou conhecido, vai dar mil e uma entrevistas, daqui a pouco está em algum ensaio fotográfico. Quem perdeu? As mulheres que já foram ou serão estupradas. Monique apenas reforçou o estereótipo de que mulher pede para ser estuprada quando se veste de maneira vulgar ou toma um porre – por isso, para mim, seu comportamento é mil vezes mais lamentável do que o de Daniel.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Missão quase cumprida

Próximo sábado faço 40 anos. Parecia que ia demorar muito a chegar essa data, mas quando me dei conta, ela começou a aparecer bem alto no horizonte, há mais ou menos seis meses, quando percebi que estava chegando aos dígitos que marcam o verdadeiro início de tudo. Afinal, não vivem dizendo que a vida começa aos 40?
Assim como em várias datas redondas, chegar aos 40 faz a gente parar e dar uma bela refletida na vida. Aos 15 pensamos no que estaríamos fazendo quando chegássemos aos 18; aos 20 pensamos no que vamos fazer quando chegarmos aos 25; aos 30 queremos estar com a vida estabilizada... E aos 40, o que nos espera? O que alcançamos?
Não escapei desse clichê da autoanálise do que conquistei e do que deixei de conquistar ao longo desses anos. Não vou dizer que sou uma pessoa realizada em todos os aspectos, mas dentro do que me propus em minha vida, consegui realizar muitos objetivos que havia proposto bem lá atrás. Minha viagem ao Egito, por exemplo, que desde criança eu dizia que iria conhecer. Demorou, mas antes dos 40 eu realizei esse sonho.
Conseguir minha realização profissional era o que eu mais queria. E sim, eu sou realizada profissionalmente. Como todo mundo, existem problemas, mas o fato de eu trabalhar naquilo que sempre quis me faz uma pessoa feliz com o que faço. Poderia talvez ter conquistado mais nesse aspecto? Sim, mas quem sabe se eu estaria melhor do que estou hoje?
Estou falando tudo isso porque, nesta autoanálise que fiz dessas quatro décadas, pude chegar à feliz conclusão de que, no final, consegui conquistar quase tudo que queria. Não que minhas ambições tenham acabado – mas estou feliz com o que tenho neste momento. Não me lamento por aquilo que poderia ter feito quando mais nova e não fiz. Se não o fiz, é porque não era tão importante assim. O que fiz, errando ou acertando, me fez chegar às quatro décadas sem arrependimentos.
Ao fazermos essas análises da vida, vejo muita gente se apegando àquilo que não fez, que não conseguiu, e esquecendo o que foi conquistado. Muitas vezes temos até mais do que aquilo que esperávamos mais, por ambições que nem chegam a ser nossas, acabamos frustrados por não estarmos naquele patamar esperado. E me vem a pergunta: mas esperado por quem?
Para quem quase foi ficar com São Pedro (sim, eu acredito que vou para o céu), avalio que chegar aos 40 anos com saúde é a maior conquista que eu podia ter. Ainda tenho ambições e sonhos a serem realizados – que com certeza chegarão na hora certa. Enquanto isso, aproveito e sou feliz pelo que consegui até agora. O que vier no futuro, com certeza, será muito bem valorizado.