quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Realizando sonhos

Desde que aprendi a ler e conhecer o valor da história, tenho o sonho de conhecer as pirâmides do Egito. Visitar os túmulos dos faraós, ver a Esfinge e imaginar como aqueles blocos gigantescos foram colocados tão simetricamente um em cima do outro sempre foram objetivos que um dia eu disse que realizaria.
Finalmente, no próximo dia 3, estarei realizando esse sonho. Planejei durante anos essa viagem. Em 2008, estava com tudo pago quando tive câncer, e tive de adiar o que sempre havia imaginado fazer. Lembro que, ao ter o diagnóstico, que na época era meio sombrio, eu disse ao médico que tinha certeza de que não ia morrer, porque ainda não havia conhecido o Egito.
Sonhos fazem parte das nossas vidas. Existem aqueles atingíveis, e aqueles que sabemos que dificilmente conseguiremos realizar. Ter uma Ferrari, por exemplo. Não é impossível, desde que eu ganhe na Mega Sena ou case com um milionário que resolva me dar esse mimo. Como essas duas possibilidades são muito remotas (mas não impossíveis...), imagino que a Ferrari não vai fazer parte da minha vida. E não sofro por conta disso.
Realizar um sonho nos faz ter vontade sempre de melhorar, crescer, errar, acertar, errar de novo, cair, levantar, brigar, chorar e, finalmente, conseguir aquilo que queremos. Pode ser um simples passeio ao Museu do Ipiranga, conhecer o mar, conquistar o amor da sua vida, gerar um filho, aquele emprego que garanta estabilidade a sua vida. O importante é sempre ter algo a conquistar.
Somos movidos a sonhos, ou conquistas. Não importam o que eles sejam, importam que sejam seus. Para mim, conhecer o Egito sempre foi algo a ser conquistado. Muita gente, quando eu comentava isso, me dizia que tem mil outros lugares mais interessantes e bonitos para se visitar do que um “deserto com um monte de pedra empilhada”. Para quem não ama História, como eu amo, o Egito significa isso mesmo. Para mim, significa visitar uma civilização que sempre me impressionou. Nunca me importei com esses comentários. O sonho era meu. E quem tinha de realizá-lo era eu.
Por isso, seus sonhos são apenas seus. Não se importe se as pessoas acharem seu sonho pequeno, absurdo, inatingível, ou até mesmo medíocre. Lembre-se sempre que a conquista dele vai depender apenas de uma pessoa: você mesmo. Se eu dependesse dos outros, talvez não estivesse agora contando que vou fazer a viagem da minha vida. Esse era meu objetivo. Eu o conquistei. E tem coisa mais gostosa que conseguir algo que desejamos muito?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mentiras disseminadas

Todos os dias recebo em média uns 60 e-mails com os mais diversos teores. Alguns trazem belas mensagens, outros são vídeos engraçados, e tem aqueles pessoais, de amigos querendo saber como estou. Infelizmente, porém, a maioria deles é composta por uma praga que vive enchendo nossas caixas postais: os famosos spams.
Passados pelo menos 15 anos do início da popularização da internet no Brasil, a maioria das pessoas ainda não sabe usar a rede de maneira a diminuir o lixo virtual, e aumentar as mensagens úteis. E nem faz isso por maldade. Simplesmente, as pessoas recebem algo que acham interessante ou que vai beneficiar alguém, e encaminham a todos da lista, dispostos e espalhar uma boa novidade ou conseguir ajuda para quem está passando dificuldade.
Um bom exemplo são duas mensagens que circulam há anos, uma oferecendo vagas gratuitas para tratamento de câncer no estômago, e outra dizendo que há córneas sobrando em Sorocaba. Em ambos os casos, números de telefone para se comprovar a veracidade da história. Ou sou muito azarada, ou os números estão errados, ou não existem: a verdade é que já tentei confirmar essas mensagens, e não consegui falar com ninguém.
Pior que isso são os e-mails sobre seqüestros e desaparecimentos. Há cerca de um mês recebi um sobre uma menina de Piracicaba, encaminhado por uma amiga, que inclusive conhecia os pais da criança. Escaldada pelo tanto de mentiras que já encaminhei pela internet resolvi checar os números de telefone e a veracidade da história. Menos de uma hora depois de ter recebido o primeiro e-mail, recebi uma segunda mensagem, da mesma amiga, dizendo que não tinha havido nenhum desaparecimento ou seqüestro, e pedindo desculpas por ter espalhado uma notícia daquelas.
A pressa em tentarmos ajudar, nesses casos, pode muitas vezes atrapalhar. Atualmente, quando recebo mensagens com títulos como “Ajudem pelo amor de Deus”, “Você não vai conseguir evitar o choro”, ou coisas do gênero, nem leio mais. Até porque a menina russa (ou polonesa, ou croata), cuja foto dela queimada circula pela internet há séculos, já deve estar com uns 15 anos, e não fiquei sabendo de nenhuma campanha do AOL (lembram-se de servidor?) para ajudá-la.
Antes os boatos se disseminavam boca a boca ou, no máximo, por telefone. Hoje, eles contam com uma ferramenta rápida e que tem um alcance de milhares de pessoas ao mesmo tempo. O problema não é espalhar notícias acreditando estar ajudando. O maior problema é não termos mais discernimento do que realmente é ajuda, e o que é puro boato. A hora que conseguirmos fazer essa distinção, o mundo virtual ficará bem melhor.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mudanças essenciais

Esta semana assisti “Nosso Lar”. Independente da crença de cada pessoa, e da qualidade do filme em si (que em alguns pontos fica meio cansativo), a história do espírito André Luiz nos traz uma bela lição de vida, de mudanças profundas e, principalmente, do aprendizado que todas as situações do dia a dia, por mais prosaicas que sejam, podem nos proporcionar.
No filme, o espírito André Luiz, ao chegar ao Nosso Lar, ainda mantém as mesmas ideias terrenas, das quais demora muito tempo a se desapegar. Quando ele consegue enxergar sua nova realidade, passa a ser mais feliz, e entender todos os erros do seu passado. Essa é chave de libertação para sua redenção e para que ele possa visualizar melhor seu futuro.
Todos nós temos princípios aos quais, independentemente das mudanças que ocorrem a nossa volta, nos mantemos apegados. Muitas vezes, não conseguimos enxergar que esses conceitos estão ultrapassados, ou mesmo errados, e ficamos parados em situações que nos param no tempo, ou nos prejudicam. Ainda assim, não conseguimos enxergar que tudo pode ser mudado, se realmente quisermos.
Dizemos que errar é humano, e persistir no erro é burrice. Mas vemos, cotidianamente, amigos, familiares, colegas de trabalho, enfim, pessoas que nos cercam, e nós mesmos, cometendo os mesmos erros, sem perceber que as atitudes que nos fazem mal se repetem por nossa exclusiva escolha. Nosso livre arbítrio existe exatamente para que possamos mudar e evoluir, e não ficarmos parados no mesmo lugar. A dificuldade está em saber usar esse direito de escolha.
Eu já me peguei muitas vezes cometendo o mesmo erro, e depois me arrependendo dele. E novamente cometendo... Sem sequer questionar do por que, mesmo inconscientemente sabendo que aquilo me seria prejudicial, eu ainda assim insistia em me magoar. Sim, porque eu mesma estava me magoando, somente não conseguia sentir isso. E, por mais que as pessoas a minha volta me apontassem que estava errando novamente, eu ficava presa a uma razão inexistente, e fechava meus ouvidos a qualquer argumento que viesse de encontro ao que eu acreditava.
Consegui enxergar esse círculo vicioso. Foi doloroso, mas quando visualizamos o que estamos fazendo, é como se nos libertássemos das antigas ideias e valores e nos abríssemos a mudanças essenciais. Essa abertura nos proporciona a chance de aumentar nosso conhecimento, mudar valores, aprender com os erros do passado e, principalmente, construir um futuro melhor, sem espaço para comportamentos que nos prejudicam.