quinta-feira, 11 de março de 2010

Sabe onde fica a seta?

Uma das primeiras coisas que aprendemos quando vamos tirar a carteira de motorista é a dar seta. Ato simples, fácil, que não exige grandes malabarismos nem um conhecimento profundo de mecânica. Aliás, muito mais fácil no começo aprender a dar seta do que coordenar o movimento dos pés no freio e acelerador. E não estou falando isso porque sou mulher, mas pura e simplesmente porque qualquer pessoa, quando começa a aprender algo, sente dificuldades e depois as supera.
Acredito que todos concordamos: dar seta é muito fácil. Então, por que os motoristas insistem em simplesmente ignorar esse equipamento e jamais usá-lo? Esse questionamento eu me faço todos os dias enquanto venho de Piracicaba para cá. É incrível como muitos motoristas simplesmente mudam da direita para a esquerda na pista sem darem nenhum sinal. Azar de quem está atrás (no caso eu!)!
E esse descaso não ocorre apenas na pista, onde o perigo de um acidente aumenta consideravelmente por causa da alta velocidade dos veículos. Esse é um problema grave principalmente em cidades do interior, onde os motoristas acreditam que a via é exclusividade de cada um, e trafegam como se atrás ou dos lados não existisse ninguém.
Parar sem dar seta, virar a esquina sem avisar, passar da via esquerda à direita em uma avenida sem usar o precioso equipamento parece que não é preocupação da grande maioria. Assim, o motorista que está atrás ou ao lado tem de adivinhar o que o colega vai fazer. Ou seja, dirigimos por nós e pelos outros, procurando antecipar o que pode acontecer o tempo todo.
Não é à toa que o trânsito brasileiro está ficando a cada dia que passa mais caótico. A justificativa de que o aumento de carros provoca isso não é mais o principal argumento para quem busca explicar esse caos. Especialistas em tráfego esquecem que o comportamento dos motoristas contribui quase que completamente para esse quadro.
Usei o exemplo da seta porque é um dos mais comuns que vejo. A impressão que tenho, quando estou dirigindo, é que a seta, para muitos motoristas, é um item opcional, perfeitamente dispensável como o isqueiro ou o cinzeiro. Virar bruscamente ou passar de uma pista a outra sem sinalizar pode parecer um erro simples na direção, mas que pode causar até mesmo a morte do colega ao lado. Se o uso de um equipamento tão simples é explicado na primeira aula de direção, é óbvio que ele é um dos atributos mais importantes do bom motorista. Se conseguimos coordenar os pés, não me parece impossível coordenar as mãos ao volante. Sabe onde fica a seta em seu carro? Então use-a!

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