quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Nada é tão ruim...

... que não possa melhorar. Sim, a verdade é essa. Estamos acostumados a ouvir que “nada é tão ruim que não possa piorar”. E tem momentos em nossas vidas em que isso parece a mais pura verdade, quando muitas coisas começam a dar errado ao mesmo tempo, e a cada dia que passa uma novidade negativa mina nossa vontade de reagir.
E não reagir é muito, mas muito mais fácil, do que buscar uma saída para o que nos incomoda. É mais cômodo ficar reclamando, estressado, estressando todo mundo em volta, do que levantar a cabeça e dizer: sou mais forte que isso. Fico muitas vezes nisso, e tenho consciência de que a pessoa mais atingida por esse comportamento sou eu mesma.
O mais interessante é perceber que, quando uma fase ruim se inicia em nossa vida, nada parece mais ser legal. Se o relacionamento amoroso vai mal, o trabalho passa a ser um sacrifício, o convívio com os amigos uma tortura, as reuniões familiares um tédio. Se o problema é no trabalho, saímos da sala para sentar em outro lugar e falar sobre isso, trazendo muitas vezes para a mesa do bar aquilo que devíamos ter deixado para trás quando batemos o cartão de ponto. Se o stress é familiar, ao invés de darmos um tempo dos encontros rotineiros, vamos a eles já nervosos ante à perspectiva de um fim de semana estragado.
Deixamos de perceber que existem muitas coisas boas acontecendo ao nosso redor. Um bate papo descontraído com os amigos não merece mais nossa atenção, nem aquele momento de carinho com a pessoa amada. E ficamos reclamando, reclamando, reclamando, sem parar, mas sem também mudar.
Mas chega o momento em que a luz da razão acende e, quando isso ocorre, temos de decidir entre continuar reclamando ou sair desse ciclo. Sair da posição cômoda de vítima das situações e entrar no papel de senhor delas é difícil. E falo que é difícil para todo mundo. Vemos aquelas pessoas que parecem não ter medo de nada que é desconhecido e pensamos: como elas conseguem?
Pois essas pessoas têm medo sim, e tanto quanto a gente. Medo da mudança, das consequências de se arriscar em um novo futuro, de se deixar para trás aquilo tudo ao qual nos apegamos e acostumamos quando temos a vida aparentemente organizada. A diferença é que esses corajosos veem o medo não como um inimigo indestrutível, mas como um desafio que pode ser vencido.
Reclamar faz parte da vida. Achar que tudo está dando errado também. Mas o que não faz parte, e nem deve nos dominar, é a posição de acomodados que tão bem nos serve quando pensamos nos riscos que temos de correr. Para isso, temos sempre ao nosso lado pessoas mostrando que vale a pena arriscar. Basta seguir o bom exemplo. Afinal, para ser o coitadinho, há muita concorrência.

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