domingo, 3 de julho de 2011

Fazendo a diferença sempre

Sempre tive admiração por pessoas que, a despeito de adversidades, conseguem ainda achar tempo e disposição para ajudar ao próximo. Admiro aqueles que conseguem sair de dentro de seus próprios casulos e fazer a diferença com pequenas atitudes que podem mudar a vida de muita gente.
Pode parecer incongruente, mas não vejo a caridade como uma obrigação pessoal. Outro dia estava conversando sobre isso com uma colega do jornal, e estávamos falando de uma celebridade que ajuda muitos jovens carentes. Ela comentou que “ele não fazia mais do que a obrigação”, porque tinha dinheiro, e que tem muito mais valor um pobre ajudando outro do que um rico fazendo caridade. Não concordo com a parte da obrigação. Afinal, se eu ganhei meu dinheiro merecidamente, posso dispor dele como bem entender. Não vejo ninguém obrigado a fazer aquilo que, pelos impostos que pagamos, devia ser feito pelo governo.
Mas concordo na parte de que quem tem dinheiro para esbanjar em um carro de R$ 500 mil, tem muita condição de ajudar aos outros. Alguns o fazem de boa vontade e sem fazer alarde, enquanto outros preferem apenas gastar com si mesmos, sem abrir de qualquer centavo para aliviar a pobreza de outro ser humano. E outros fazem aquela caridade sempre com holofotes, para que todo mundo veja o quanto são “bons”.
Por isso, me enche de esperança quando encontro pessoas que resolvem fazer o bem – pelo simples prazer de fazer o bem. Conheci um casal que mostrou que fazer a diferença independe de ser rico ou pobre: depende apenas de querer.
Célio e Lúcia Cristina, a despeito de terem três filhos biológicos, decidiram um dia mudar a vida de outras crianças. Hoje, eles criam 12 filhos, entre sete e 19 anos. Eles não são milionários e, para sustentar todo mundo, contam com doações de amigos e desconhecidos, que colaboram com roupas, brinquedos, calçados e até mesmo eletrodomésticos que, se estiverem precisando de um reparo, são consertados por profissionais que não cobram nada do casal.
Conversando com Lúcia, percebe-se na voz o orgulho em falar das crianças e adolescentes que hoje moram em sua casa, e que são seus “filhos”. Esse casal poderia estar hoje tranquilamente curtindo uma aposentadoria, descansando, viajando. Se estivessem fazendo isso, não teria nenhum problema. Mas, ao invés de criticarem o governo por sua inoperância e se lamentarem das dificuldades, mudaram o destino de 12 pessoas, para muito melhor. Lúcia diz que nunca pensa no que o governo faz ou deixa de fazer por essas crianças. Para o casal, criar esses filhos é uma missão: “Doamos a nossa vida para que elas tenham realmente vida”. Isso é fazer a diferença de verdade.

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