sábado, 14 de maio de 2011

Aprendendo a dizer adeus

Ao longo da minha vida, houve uma época em que mudar de cidade era algo que fazia parte do meu destino. Em 39 anos morei em 11 cidades, algumas por pouco tempo, outras por um período suficiente para sentir muita falta. Em basicamente todas elas deixei amigos, com os quais ainda mantenho contato, mesmo passados mais de 25 anos que saí do lugar.
Assim, fiquei acostumada a ser a pessoa que se despedia dos amigos. Por mais que a tristeza da partida estivesse presente, a expectativa da mudança era algo que acabava se sobrepondo e me fazendo ficar feliz. Essa semana, porém, dois amigos que deixaram o jornal me fizeram ver que, apesar de todas as minhas andanças, ainda estou aprendendo a dizer adeus.
Não vou falar aqui do lado profissional da Renata Ribeiro e do Wagner Sanches, até porque o trabalho deles dispensa comentários. Mas queria falar dos amigos queridos com quem convivi por quase cinco anos, e que me ensinaram muita coisa, principalmente em termos de generosidade.
Wagner foi quem primeiro me convidou a almoçar quando entrei no Liberal. Aos poucos, fui conhecendo melhor esse homem que, a despeito de ser extremamente brincalhão, é uma pessoa séria quando preciso, e tem um coração muito doce. Seu jeito de falar, suas piadas e comentários sempre alegravam a redação, trazendo descontração quando às vezes todo mundo estava super estressado. Já estou sentindo falta daquele “demoninho” me chamando de “fuefa” e “redonda” (só ele pode!).
Da Renata fica até difícil falar sem ter vontade de chorar. Além de ter trabalhado diretamente com ela como repórter e editora, fomos nos aproximando de maneira tal que hoje a coloco naquele lugar sagrado dos “amigos especiais”, que não é qualquer um que entra. Por uma infelicidade, não pude ir ao seu casamento, porque estava operada, mas lembro-me da gentileza dela em me enviar uma foto pouco tempo depois do enlace, para compartilhar comigo, mesmo que por uma imagem, aquele momento tão especial em sua vida. Para minha alegria, Renata e seu marido passaram a virada desse ano em minha chácara, com minha família. Talvez ela já soubesse, lá no fundo, que outra chance de estarmos juntas nesse dia seria difícil.
Wagner e Renata encerraram seu ciclo no jornal e saíram para novos projetos pessoas e profissionais. Saíram e deixaram, além do exemplo de profissionalismo, muitos amigos e lembranças boas, que ficarão no coração de todos da redação. Aprender a adeus dizer é difícil, mas o faço com a alegria se sobrepondo à tristeza, e desejando aos dois toda sorte do mundo em seus novos caminhos. Sejam (mais) felizes!

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