quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sem direito de reclamar

Tenho uma premissa de jamais ir ao cinema às quartas-feiras. Por ser o dia da famosa meia-entrada, todas as sessões são lotadas, principalmente de adolescentes que aproveitam o preço baixo para reunir a “galera” e fazer um programa barato. Por isso, contra tudo aquilo que preconizo, resolvi na última quarta-feira ir ao cinema assistir “As Mães de Chico Xavier”. Prefiro não citar o nome do cinema, mas acredito que muita gente vai identificar imediatamente de qual sala estou falando.
Para minha surpresa, ao chegar ao cinema, vi que o filme não estava mais em cartaz. Ao perguntar a atendente o que havia acontecido, fui informada de que o filme havia sido retirado desde terça-feira. Como sou eu quem atualizo a programação de cinema do jornal, sabia que, de acordo com o material recebido, o longa deveria estar sendo exibido até ontem. Ou seja, três dias antes do previsto, o cinema simplesmente decidiu retirá-lo de cartaz. Ao entrar no site para conferir a programação, vi a seguinte mensagem: “Nossa programação poderá sofrer alterações sem aviso prévio”.
Assim, descobri que, se eu quiser ir a uma sessão de cinema, devo antes checar na internet se o filme ainda está em cartaz, porque corro o risco de chegar lá e não conseguir assistir o que pretendia. O aviso no site, em minha opinião, mostra a mais pura falta de respeito com quem deveria ser respeitado acima de tudo: o cliente. Porque, com esse aviso, o cinema nos tira o direito mais sagrado que temos como consumidor – o de reclamar.
Ao contrário de boa parte das pessoas, não sou frequentadora de shopping center. Só vou mesmo quando preciso comprar algo, ou assistir um filme. Caso contrário, fico meses sem pisar meus pés em qualquer shopping. Nunca gostei, nem mesmo quando era adolescente, de ficar batendo perna e olhando vitrines. Por isso, quando percebi que não poderia assistir ao que queria, fiquei ainda mais irritada por ver que havia também desperdiçado o dinheiro do estacionamento. Não tinha ido ao shopping e aproveitado para ir ao cinema. Estava ali apenas por um filme, e nada mais.
Assim como eu, outras pessoas na fila também queriam assistir o longa de Chico Xavier, e sentiram-se frustradas. Acho que a maior frustração foi ver que, mesmo sabendo que mudar uma programação sem sequer mandar uma notinha às mídias é um desrespeito ao seu cliente, ainda assim eu não tinha o direito de questionar nada. A mensagem do site era clara, e nas entrelinhas podemos entender o seguinte: podemos mudar o que quisermos, e azar de quem perdeu tempo e dinheiro vindo até aqui. Infelizmente perdi, nessa questão, o direito de reclamar. Posso apenas, a partir de agora, ir a outro cinema, onde a programação seja respeitada de acordo com o divulgado. Pena que nem todo mundo aja assim. Caso isso acontecesse, imagino que situações como essa se repetiriam bem menos na nossa região.

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