quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sucesso da baixaria

Foi divulgado hoje em toda a mídia que o “Big Brother Brasil 10” foi o programa que mais recebeu denúncias de desrespeito aos direitos humanos na campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania". Das 391 denúncias feitas pelos espectadores, entre agosto de 2009 e abril de 2010, 227 referiam-se ao programa. As reclamações foram classificadas como desrespeito à dignidade da pessoa humana, apelo sexual, exposição de pessoas ao ridículo e nudez.
Fórmula que tem dado certo há cerca de dez anos no Brasil, o reality show, que tem público cativo em nossas emissoras, tem se mostrado, cada vez mais, um desserviço à televisão brasileira. Antes que alguém me critique e queira impor que eu assisto este tipo de programa, afirmo que já fui sim uma fã do formato, mas hoje não perco um segundo do meu tempo vendo quem está com quem debaixo do edredom e muito menos discutindo barracos fabricados em rodas de bar com meus amigos. Respeito quem gosta, mas eu tenho coisas mais interessantes a fazer ou assistir no horário em que eles são transmitidos.
O sucesso desses programas não se restringe ao nosso País, tanto que a fórmula deles veio de fora. A curiosidade em torno das atitudes de várias pessoas fechadas numa casa, sem nada de produtivo para fazer, é comum a europeus, americanos, africanos, asiáticos, enfim, a quase todos os povos.
Não acho que todos os programas desse tipo sejam ruins. Um bom exemplo é o “Extreme Makeover”, aqui no Brasil copiado por Luciano Huck com seu “Lar Doce Lar”. Porém, diferente dos Estados Unidos, onde o programa é um sucesso absoluto, aqui a audiência não subiu espantosamente depois que ele foi implantado dentro do “Caldeirão”. Para quem não conhece, no “Extreme Makeover” uma família tem sua casa reformada ou, se for o caso, reconstruída. A mobilização é gigante para que isso ocorra. São vários profissionais, vizinhos, amigos, e astros que se prontificam a ajudar as pessoas necessitadas. Também ocorrem conflitos, afinal, os organizadores têm uma semana apenas para terminar tudo. Porém, são conflitos superados por um bem comum: dar uma casa nova a uma família.
Ninguém fica de biquíni, não há cenas sugerindo sexo, nem intrigas para um derrubar o outro. Não há barracos “reais”, comentários racistas e preconceituosos, ameaças verbais, “filosofias” sem o menor sentido e as “estratégias” para se conquistar o prêmio. Em minha opinião, o tal milhão dado nesses realities seria muito melhor usado para reformar ou reconstruir uma ou várias casas. Uma pena, mas talvez a maioria dos telespectadores ainda não esteja preparada para trocar as baixarias por ajudar os mais necessitados.

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