quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Beleza que não se põe em mesa

Dias desses atrás li em algum lugar na internet que os brasileiros poderão em breve se cadastrar em um site de relacionamentos onde só entram pessoas bonitas. Criado na Europa, o site já tem atualmente cerca de 180 mil membros. O critério usado para definir quem entra ou não é bem “democrático”: o candidato manda duas fotos, os atuais membros votam e decidem se ele (ou ela) é bonito(a) o suficiente para figurar em suas páginas.
O criador do site defende sua ideia: afinal, nada melhor do que juntar em um espaço só pessoas que definitivamente são atraentes, sem dar nenhuma chance àqueles que não se encaixam no padrão ideal (?) de beleza de participarem do espaço.
O mundo hoje está vivendo um momento paradoxal quando falamos de beleza física. Ao mesmo tempo em que a mídia impõe um padrão raro de ser alcançado – afinal, Gisele Bündchen é uma entre um milhão – ela está também tentando fazer as pessoas entenderem que a beleza física não é tudo. Pode ser importante, mas nem sempre o principal quando falamos de relacionamento.
Já vimos mulheres lindíssimas com homens cuja beleza estava longe de ser aquilo que a imprensa apregoa como ideal. Como também já vimos homens com mulheres acima do peso, mais velhas, até mesmo deselegantes, mas totalmente felizes em seus relacionamentos. E, nesses casos, o que conta para a felicidade não é a ausência de celulite ou a perfeição do rosto. O que conta é o tipo de beleza que não se põe a mesa: a beleza da cumplicidade, do companheirismo, do amor verdadeiro.
Uma vez li uma frase que me marcou muito: “Case-se com quem você possa conversar bastante. Afinal, na velhice, é isso que vai restar”. Isso é uma verdade absoluta. Pernas lisinhas, seios empinados, tórax bem definido – tudo isso um dia vai embora, por mais que plásticas e exercícios físicos possam retardam esse processo. Prestem atenção: retardar, e não impedir o envelhecimento.
Não estou aqui defendendo que todo mundo fique relaxado e não se cuide. É claro que, num primeiro momento, o que nos chama atenção em uma pessoa é sua aparência física. Mas o restante é importante para sedimentar uma relação: a conversa, o caráter, o companheirismo, a fidelidade. De nada adianta uma beleza impecável envolvendo um espírito desprovido de qualquer qualidade. Por mais que a beleza possa ser atraente, a falta de qualidades acaba cansando a maioria das pessoas. A não ser aquelas para quem a aparência física é tudo. Mas, para essas, valores como o amor e companheirismo são meros acessórios quando comparados à necessidade de mostrar o “troféu” que está sendo exibido como marido ou esposa. Uma pena para elas.

Um comentário:

suely silva disse...

OI Linda! adorei sue blog!