Começo a escrever esse texto ainda com uma mistura de emoções fortes
após ter ido na última sexta-feira à colação de grau da minha sobrinha mais
velha, a Juliana, ou Juju, como a chamamos carinhosamente. Aos 22 anos, ela se
graduou em Engenharia de Produção e já está empregada. Um belo começo para uma
menina que vi crescer e a quem acompanhei no máximo de momentos possíveis
durante toda sua vida.
Durante a cerimônia, em um ginásio lotado de familiares e amigos dos
formandos, num ambiente contaminado pela emoção de cada um dos presentes, passavam
pela minha cabeça várias imagens da minha sobrinha, desde o seu nascimento,
quando a vimos chegar toda enrolada, uma bebê toda linda, já com o típico
lacinho cor de rosa na cabeça, até a finalização de um curso pelo qual ela se
dedicou tanto.
Muitos dos leitores sabem que eu optei por não ter filhos. Isso não faz
de mim um ser humano egoísta que não se importa com ninguém. Assim, acabei “adotando”
minhas sobrinhas como filhas postiças. E se eu fiquei emocionada da maneira
como estava, nem consigo imaginar o que meu irmão sentiu ao ver a filha se levantar
e receber o seu diploma.
Observei os pais, familiares e amigos dos graduandos durante a
cerimônia, e podia notar no rosto de cada um a ansiedade em ver seu ente
querido no meio de todos aqueles estudantes, os gritos de alegria quando
enxergava aquela pessoa, os apitos, o choro contido ou mesmo extravasado. Na
chamada dos alunos, a cada nome lido, uma explosão de palmas, gritos e apitos,
e os olhares orgulhosos daqueles que estavam ali, muitos vindos de longe, para
participar daquele momento tão importante na vida dos estudantes.
Acabei me lembrando da minha formatura, em Londrina, em 1995. Na
ocasião, eu tinha apenas 23 anos, e apenas um plano prestes a ser concretizado:
passar um ano em Londres, onde fui estudar inglês, e de onde voltei com memórias
maravilhosas e uma experiência de vida inesquecível. Passados 17 anos, trabalho
na profissão escolhida, em uma área que adoro, e acredito que tenha realizado
boa parte dos sonhos que na época acalentava com tanta esperança.
Com esse pensamento, observei aqueles rostos jovens, todos sentados
vestidos de beca, prestando atenção aos discursos, ou então trocando sorrisos
entre si e acenando para aqueles que estavam ali para prestigiá-los. Como boa
“tia coruja” que sou, a todo instante voltava meus olhos para a minha sobrinha
ali sentada, tranquilamente esperando seu nome ser chamado, e sorrindo quase
que o tempo todo, apenas ficando séria nos momentos de discursos e do seu
juramento. Juliana encerrou naquele dia uma das melhores fases da nossa vida,
que é a faculdade, e agora começa um novo ciclo já com ótimas perspectivas. Que
ela seja muito (mais) feliz!
Um comentário:
Parabéns Déia! Parabéns Juliana...
Postar um comentário