domingo, 11 de novembro de 2012

Intimidade exagerada à mostra


Desde a semana passada temos três mulheres sendo tópico de assuntos em sites de celebridades e até mesmo de notícias por suas exposições exageradas na mídia. O primeiro caso trata-se da catarinense que resolveu leiloar sua virgindade e que virou assunto mundial. Aliás, foi interessante vê-la tentando justificar sua atitude, dizendo que ia doar o dinheiro, e depois ver o desmentido do produtor do programa que ela estava participando. A catarinense (que nem sei e não faço questão de lembrar o nome, será mais uma daquelas subcelebridades que logo caem no esquecimento) dominou os sites até o lance final do leilão, e esta semana já estava em programas de televisão tentando explicar o que, para mim e para muita gente, é inexplicável: a necessidade de transformar um momento tão íntimo em uma atração de circo.


Como no mundo das subcelebridades uma notícia se sobrepõe à outra com a mesma rapidez de um raio, a catarinense logo foi deixada de lado pela autointitulada modelo-atriz Nana Gouveia, que agora mora nos Estados Unidos com o marido. O mundo todo se solidarizando com os americanos pela tragédia da passagem da supertempestade Sandy, que deixou um rastro de destruição pelas cidades onde esteve, e a infeliz resolve sair e se deixar ser fotografada em meio aos escombros. Para piorar, a declaração de que, com o furacão, ela havia aproveitado para ficar trancada em casa fazendo sexo com o marido e tomando vinho, reforçando aquela antiga convicção dos estrangeiros de que toda brasileira é um “furacão (com perdão do trocadilho) na cama” e por isso pode ser tratada como objeto sexual em qualquer lugar do mundo.

Por último, um dos casos mais emblemáticos de subcelebridades, Geisy Arruda, que resolveu fazer não sei quantas plásticas de uma vez e também uma cirurgia íntima, e colocou todos os detalhes de suas intervenções nas redes sociais, inclusive com foto do rosto totalmente inchado, parecendo um monstro, com certeza com um resultado ainda bem diferente daquele que ela buscou quando fez a intervenções estéticas.

Aí vem o questionamento básico: o que tem levado às mulheres, principalmente, a buscarem tão desesperadamente esse tipo de exposição na mídia? Carência? Falta de amor próprio? O mais triste ainda é ver a repercussão negativa que elas conseguem, rebaixando-as totalmente, tornando-as simplesmente objetos descartáveis sem valor nenhum. Acredito que quase todos tenhamos um pouco de vontade de conseguir destaque – mas de maneira positiva, com comentários orgulhosos a nosso respeito, e não com piadas e xingamentos. Acho maravilhoso, como mulher, que tenhamos conseguido nossa liberdade sexual, que não tenhamos mais o conceito de nossas avós a respeito de como nos comportarmos. Mas também acredito que um pouco de respeito e discrição não fazem mal a ninguém. Na minha concepção, o que faço entre quatro paredes e como são minhas partes íntimas só dizem respeito a mim e, no máximo, ao meu parceiro. Apregoar esses detalhes da minha vida não me transformam em alguém mais importante – muito pelo contrário, me deixam uma pessoa cada vez com menos valor.

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