sábado, 5 de novembro de 2011

USP envergonhada

Temos acompanhado em todas as mídias a invasão da USP (Universidade de São Paulo) pelos estudantes que são contrários à presença da PM (Polícia Militar) no campus. Estudantes esses que, nas imagens mostradas, estão sempre com o rosto coberto, igualzinho às cenas que vemos em rebelião de presídios. Estudantes esses que se consideram cabeças pensantes, mas não hesitaram um segundo antes de vandalizar um prédio público, esquecendo de que esse patrimônio não pertence somente a eles, mas a toda uma cidade universitária. Estudantes esses que, usando uma pseudo defesa de liberdade e fazendo um discurso velho de que a Polícia é violenta, querem ter o direito de usar drogas dentro de uma instituição pública sem serem incomodados.
Ou muito estou errada ou a droga ainda não foi descriminalizada no Brasil. Portanto, usar drogas em espaços públicos é um ato passível sim de punição. Se uma pessoa estivesse fumando maconha em uma praça, ela seria levada pelos policiais do mesmo jeito. Se estivesse usando crack, também seria levada. Qual a diferença entre esses viciados e esses estudantes da USP?
Mas o pior ponto para mim não está aí. Eles querem segurança – desde que não seja a Polícia. Claro, se for particular, não vai prender a moçada que curte ficar fumando seu baseado tranquilamente no campus. Quer fumar uma droga ilícita? Fuma em casa, na república, no vizinho. O que não se pode aceitar é que uma minoria exija que a maioria fique sem segurança. Esses estudantes alegam estar se manifestando em direito dos colegas. Se estão mesmo, por que não mostram a cara? Por que se comportam como bandidos? Para que vandalizar um prédio público?
Ironia que esses mesmo estudantes sempre batam no peito criticando o individualismo. Quer atitude mais individualista que achar que meus colegas podem ser assaltados, estuprados e até mesmo mortos, desde que eu possa fumar meu baseado sossegado? O que podemos esperar de estudantes que se acham no direito de paralisar uma universidade porque querem usar drogas livremente em seu campus?
Esses mesmos alunos esquecem que a droga vem de um traficante, que traficante é bandido e que se tiver de matar a sua família por causa de uma dívida de dez reais, vai matar sem pensar duas vezes. Eles esquecem que junto ao tráfico vem roubo, vem mortes, vem toda uma cadeia de crimes hediondos cada vez mais difíceis de serem controlados. Agora, fica a pergunta no ar: se um desses mesmos “manifestantes” for assaltado, estuprado ou morto, a quem vai se pedir que o crime seja elucidado? Aos traficantes?
No momento em que esse artigo está sendo escrito a última notícia que temos é que eles devem deixar o campus até às 17h deste sábado. Talvez a solução já tenha sido encontrada, talvez eles tenham saído pacificamente, ou talvez tenha havido outro confronto com a Polícia. Independente do que houve, o resultado será o mesmo: esses estudantes envergonharam o país. Se realmente se orgulhassem do que estão fazendo, teriam mostrado a cara e não se escondido como os bandidos com quem lidam quando vão comprar drogas.

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