quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Paul, para sempre inesquecível

Depois de um mês de férias maravilhosas, retorno a minha rotina ainda extasiada por ter assistido ao show de Paul McCartney no domingo, no Morumbi. Ao lado de 64 mil pessoas, cantei, dancei, pulei, gritei e chorei ouvindo sucessos desse senhor de 68 anos que, desmentindo sua idade, manteve a plateia vibrando durante quase 3 horas de show.
Para quem, como eu, sonhava em ver pelo menos um dos Beatles ao vivo, a experiência foi inesquecível. Sir Paul não nega a classe que tem e, simpático o tempo todo, interage com seu público como se fosse íntimo dele. E os fãs respondem a toda simpatia à altura: cantam afinadamente seus sucessos, aplaudem, gritam seu nome.
O que mais me encantou foi ver a mistura entre jovens mal saídos da adolescência, adultos, e senhores sessentões, todos juntos cantando. Não havia espaço para briga, para desentendimento, para nada que pudesse estragar aquele momento mágico na vida de todos que ali estavam. Em compensação, havia espaço de sobra para sorrisos trocados entre as pessoas que, mesmo não se conhecendo, estavam ali unidas pela mesma paixão ao mais famoso dos Beatles vivo.
Ao meu lado, três garotos, de no máximo 22 anos, me mostraram que um ídolo realmente ultrapassa gerações. Mal começavam os acordes das músicas eles sabiam todas as letras, que cantavam a plenos pulmões e, em alguns momentos, choravam emocionados. Não havia como não se contagiar com aquela emoção. Num dado momento, um deles falou, com a voz embargada: “Vou poder contar ao meu filho que vi Paul McCartney ao vivo. Isso, ninguém vai tirar de mim”.
Um dos pontos altos do show, quando milhares de pessoas soltaram bexigas brancas ao som de “Give Peace a Chance”, deixou até mesmo o cantor emocionado. Cada vez que a plateia começava em uníssono a gritar “Paul, Paul, Paul”, era possível sentir a energia positiva circulando pelo estádio todo. Num só lugar, 64 mil pessoas homenageando seu ídolo, dizendo, com aquele grito, o quanto o admira.
Ao deixar o palco, no encerramento do show, o beatle deu um susto na plateia, quando tropeçou e caiu, segurando duas bandeiras do Brasil. Com uma agilidade surpreendente e a famosa fleuma britânica, ele se levantou rapidamente, fez um sinal de positivo, despediu-se do público, e saiu sem deixar de sorrir. Um final digno de um sir, um gentleman, um ídolo. Defino com apenas uma palavra o que para mim representou todo o show e este momento inusitado: inigualável. Paul, para sempre inesquecível.

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