quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Bom atendimento - obrigação esquecida

Em todos os lugares e sites onde fazemos compras sempre dispomos de um e-mail ou telefone para possíveis reclamações, sugestões e críticas em caso de algum problema. Dispomos, mas quem já tentou reclamar ou cancelar algum serviço sabe como é essa maratona. Ter o problema solucionado, então, é um verdadeiro milagre!
Primeiro temos de esperar até conseguirmos um atendente desocupado e, muitas vezes, ele nos diz que aquele tipo de reclamação só pode ser solucionado no horário comercial, quando normalmente todas as linhas estão ocupadas. Já cheguei a escutar a seguinte mensagem: “O melhor horário para ligar é após as 20 horas”. Aí, quando liguei após esse horário, não poderia ter meu problema resolvido. Fica difícil, né?
Pior é tentar resolver algum problema por e-mail. Em dezembro contratei os serviços de um site por um mês e, quando fui renová-lo em janeiro pelo mesmo período, me veio uma mensagem que meu contrato era de seis meses. Imediatamente mandei um e-mail ao site relatando o engano, e recebi como resposta que não havia engano nenhum, que eu havia contratado o plano com 50% de desconto e teria de pagá-lo.
Interessante que no próprio site havia o acordo de utilização, com uma cláusula que dizia que eu poderia mudar o plano semestral para mensal. Novamente escrevi mostrando a cláusula e pedindo a migração para o outro plano. Recebi a resposta mais absurda do mundo: como o pagamento já havia sido autorizado pelo cartão, eu não poderia mais fazer alteração. Eles esqueceram um detalhe: o serviço só era liberado após o pagamento. Para resumir, me vali da profissão e escrevi à assessoria de imprensa do site, e também enviei uma queixa ao Procon. O que era impossível de ser feito, segundo as primeiras respostas, foi resolvido no mesmo dia!
Esse tipo de atitude é muito comum com o consumidor brasileiro. As empresas tentam de qualquer maneira nos obrigar a aceitar um serviço ou produto que não atendem nossos desejos – depois, dificultam ao máximo nosso acesso a qualquer gerente ou responsável que possa resolver nosso problema. Quando nossa paciência se esgota, das duas uma: ou desistimos e acabamos “engolindo” algo que não queremos, ou vamos ao Procon ou contratamos um advogado e resolvemos a pendência.
Claro que existem empresas sérias e que tratam o cliente com respeito. Mas a maioria ainda acha que, depois de feita a compra, ele não precisa mais ser agradado. O pós-venda ainda é um setor que precisa melhorar muito no Brasil. Porém, para isso, é preciso também que a população faça sua parte: reclame, exija, brigue, mas faça valer seu direito. Afinal, não estamos pedindo um favor, mas sim exigindo a qualidade daquilo que pagamos. E o bom atendimento ao cliente faz parte disso.

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