domingo, 12 de agosto de 2012

Pai também tem seu dia



Estamos acostumadíssimos a falar sempre da mãe, a demonstrarmos amor o tempo todo pela mãe, a colocarmos mil fotos e frases em redes sociais mostrando o quanto precisamos dela. Até mesmo as campanhas do Dia dos Pais parecem que são menos emocionantes que as das mães, e as vendas mostram que, em termos de datas comerciais, essa não é uma das que mais aquece o comércio no ano.

Sou de uma geração que, em sua maioria, cresceu sendo educado pela mãe, com o pai trabalhando fora. Claro que o entrosamento com a mãe acabava sendo muito maior do que com o pai. Com isso, os pais se transformavam naquela pessoa distante, normalmente autoritária, sempre trabalhando e, quando estavam em casa, assistindo televisão e sem vontade de brincar.

Meu pai era assim. Hoje, aos 67 anos, ele dispõe de muito mais tempo para ficar conosco do que tinha quando mais novo. Mas hoje somos nós que não dispomos de tanto tempo assim para ficar com ele, porque trabalhamos e queremos ocupar nosso tempo livre com amigos e atividades de lazer. Não que isso seja um problema, porque ele não é daqueles aposentados que fica em casa o dia todo lendo. Mas, ainda assim, às vezes ele se ressente de uma presença maior dos filhos, que nem sempre estão disponíveis ou com vontade de faze o programa que ele quer naquele momento.

Meu pai é uma pessoa de gênio forte e, dizem meus familiares, eu puxei esse lado dele. Às vezes toma atitudes intempestivas e acaba falando coisas que não devia, mas depois, a sua maneira, se redime fazendo algo pela gente que não esperamos. Acredito que todo mundo tenha seus conflitos com pais e mães, e falo que felizes são aqueles que conseguem resolvê-los enquanto eles ainda estão aqui.

E ele é aquela pessoa que, quando a coisa aperta, está sempre li. Como diz meu irmão mais velho, “na hora do vamos ver” é a ele que recorremos. Seja para nos dar um conselho, para resolver um problema, para pedir dinheiro emprestado. E, quando a coisa é realmente séria, ele acaba dando um jeito de fazer aquilo que deve ser feito.

Já tive muitos atritos com meu pai. Quando entrei na faculdade, ele ficou decepcionado, porque queria que eu tivesse feito Medicina (justo eu!) e não Jornalismo. Mas, como o tempo tudo cura e tudo mostra, ele acabou vendo que eu havia nascido para isso, e seria infeliz se tivesse outra profissão. Hoje, não vou dizer que é meu maior fã, porque isso ainda não sei, mas tenho mais do que certeza de que ele tem orgulho do que eu escrevo.

Por isso, espero muito que ele fique feliz com esse texto, que é uma homenagem a todos os pais. Em nossos corações, seu valor é igual ao da nossa mãe. Feliz Dia dos Pais!



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